quarta-feira, 13 de abril de 2016

Do Espaço Onde Existia Um Coração

Estou lembrando das mensagens que trocamos e que apaguei. Desde fevereiro de 2014 nós conversamos, trocamos confidências, nos tornamos amigos,confiamos um no outro e até voamos. O problema foi um de nós voar alto de mais. Esse um de nós, sou eu.

Quando a gente passa toda a nossa vida amorosa sendo tratada como qualquer coisa, aí vem alguém e trata a gente como alguma coisa, tudo muda. Eu não sabia que meus olhos podiam brilhar tanto. Eu não sabia que meu sorriso podia ser tão grande. Eu não sabia o que era esse frio na barriga, tão bom que até ficava boba. Eu não sabia que o meu coração podia bater tão forte e tão rápido. Eu não sabia como era confiar em alguém de verdade. Eu não sabia como era ser querida.

Eu fui querida!

Mas eu não fui querida como o meu coração queria que eu fosse querida!

É estranho como criamos na nossa imaginação coisas tão perfeitas e tão bonitas, porém tão frágeis, né?!

Cada abraço de oi e cada abraço de até logo levava um pedacinho do meu coração. E foi levando, levando, levando até não sobrar coração para mais ninguém.

Você sabia que eu te amava e você sabia que eu te queria como nunca quis ninguém até hoje, porque eu te disse. E talvez esse saber te provocasse algo tão bom, massageasse tanto o seu ego e sua auto estima que você não pode me parar. Sentiu medo de perder isso tudo.

Se soubesse quantas vezes me senti sozinha antes de te conhecer, e se soubesse como essa solidão é mil vezes maior e dói mil vezes mais agora, talvez tivesse sido tão distante quanto os outros.

Pode me devolver meu coração? Ele nunca te serviu, eu sei. Então não vai te fazer falta! Sei que te dei meu coração por livre e espontânea vontade, só que agora ele sabe que está sobrando. Depois que se entrega o coração para alguém, ele muda de tamanho e de formato, por isso não cabe mais no lugar a qual pertencia. Eu tenho que cortá-lo, apertá-lo, espremê-lo até caber novamente, e isso leva tempo e machuca muito. E, por favor, pare se ofereceu para me ajudar a multilar o coitadinho!

Eu sempre fui muito boba, romântica e muito sensível, por isso construí um muro contra todos aqueles que me magoaram no passado e prometi manter esse muro em pé até encontrar alguém para quem valesse a pena construir um portão, assim essa pessoa especial poderia entrar e cuidar de tudo o que eu guardava ali dentro. Acho que dei a chave do meu portão cedo de mais e para a pessoa errada. Meu muro não valeu de nada. E me pego pensando em todas as pessoas que tentaram pular o muro, mas eu só colocava mais e mais tijolos. Colocava defeitos que quebravam pernas, quebravam escadas, quebravam catapultas, quebravam arietes, quebravam tudo e todos que tentaram de alguma forma alcançar esse pequeno tesouro que eu guardei dentro de mim. Mas eu dei chave do meu portão para você...para a sua gentileza...para os seus carinhos...para os seus elogios...para o seu beijo...para o seu abraço...para os seus lindos olhos...para tudo o que me fazia sair de casa correndo pra te ver. No fim, todo o meu trabalho foi inútil.

Eu tô muito perdida! Como eu faço agora?

Eu já passei por isso antes, mas das outras vezes eu sabia como esquecer.

Sei que prometi ser sua amiga, independente do que acontecesse conosco. Só que agora...nesse exato momento, está muito difícil pra mim ser sua amiga. Queria continuar sorrindo e fingindo que esta tudo certo no meu reino, mas não esta.

Eu não posso mais ser o seu bebê, o seu amor, a sua preta...por favor, não me chame mais assim!